Todos os dias ouvimos um coach, terapeuta, facilitador, motivador ou alguém no mundo do desenvolvimento pessoal a dizer que devemos procurar a nossa melhor versão.
É um tema tão frequente como a questão de sairmos da nossa zona de conforto (mas sobre este assunto teremos outro artigo).
Neste meu artigo resolvi falar um pouco sobre o que acho da busca (muitas vezes desenfreada e pouco estruturada) pela nossa melhor versão.
Também eu, desde que entrei neste mundo do desenvolvimento pessoal procuro a minha melhor versão. Invisto no meu conhecimento, no meu crescimento, no meu autoconhecimento, mas para quê?
Qual o verdadeiro motivo que nos leva a procurar a nossa melhor versão? E temos todos de o procurar agora?
Antes de procurarmos a nossa melhor versão, temos de conhecer a versão atual, este é o primeiro passo. Saber quem sou, o que gosto, o que me dá prazer, o que me realiza, quem quero ao meu lado, o que não gosto, o que não quero para mim, quem não quero ao meu lado.
É importante conhecer a minha versão atual! E significa que se eu procuro a minha melhor versão a que existe hoje não serve? É dispensável? É uma má versão de mim?
Não acredito nada nisso, e até acredito que esta busca desenfreada pela minha melhor versão pode criar uma pressão acrescida em nós próprios como se a nossa versão atual não servisse. Na minha visão não é nada disto!
A minha versão atual é a melhor que tenho agora, é a que construi com base no meu conhecimento, na minha experiência, na minha vida. E essa versão é maravilhosa! Entender e aceitar isso é o primeiro passo para o crescimento! Só depois de aceitarmos quem somos e gostarmos de quem somos, podemos procurar melhorar ainda mais a minha versão atual!
Quando entrei no mundo do autoconhecimento percebi que havia partes de mim que não aceitava, mas que eram (e são!) eu! Que faziam parte e que eu tinha de as aceitar e amar. Por exemplo, uma das características da minha personalidade (tipo 8 do eneagrama – se não conheces não te preocupes pois prometo escrever um artigo sobre eneagrama futuramente) é ser demasiado assertiva e muitas vezes ser até “bruta” quando quero transmitir uma ideia. Neguei esta minha caracterist8uca, envergonhei-me e culpei-me. Mas depois entendi que apenas tinha de saber gerir esta minha necessidade de transmitir o que penso, podia fazê-lo de uma forma verdadeira para mim mas numa ainda melhor versão. Tendo em conta quem me estava a escutar por exemplo. Melhorando a minha escuta ativa. Para o conseguir tive de aceitar, agradecer e melhorar. Só isso.
Procurar a nossa melhor versão tem de passar pela gratidão da nossa versão atual que maravilhosa, mas pode ainda ser melhor!! Sem culpas, nem pressões.
Quando descobrimos a maravilha que é a versão atual podemos responder ao verdadeiro objetivo de procurar a melhor versão de nós. Aprimorarmos o que somos e quem somos. Para que aproveitemos o nosso dia a dia verdadeiramente.
O que achas sobre tudo isto? Faz-te sentido?
Joana Rei Duque