Há muito tempo achava-se que o cérebro de um adulto estaria completamente formado e que o caminho era apenas um: a redução gradual das capacidades mentais, pois, o tecido nervoso (achava-se na altura), não rejuvenescia.
Hoje a conversa é outra e descobriu-se uma característica espetacular que é a neuroplasticidade. E agora perguntas, muito interessante Joana, mas importas-te de explicar a razão desta conversa?
A razão é muito simples: os teus neurónios precisam e chamam por ti!
Quando nascemos, crescemos e nos vamos tornando adultos, criamos padrões de pensamento, discurso e hábitos, para que o cérebro se canse o menos possível, afinal ele tem um trabalho muito mais importante – Mantermo-nos VIVOS!
Ao criar esses padrões estamos a dizer ao cérebro que é exatamente assim que nos comportamos naquelas situações, tipo software que está instalado e bem instalado. Mas a verdade é que muitas vezes precisamos de mudar o padrão, aprender mais sobre nós e decidir que queremos mudar a forma como pensamos e/ou como agimos. Então é aí que os nossos neurónios gritam por nós. Somos nós que temos de criar novos caminhos na complexa rede de ligações entre os neurónios.
Explicando de outra forma: sabes quando vais passear para um mato e percorres aquele carreirinho tão bem marcado por milhares de passos que já lá passaram? Ora esses são os teus padrões existentes, carreirinhos bem marcados pelas milhares de vezes que os reforçaste.
Se quiseres caminhar noutro caminho, por onde não há carreirinho, vais picar-te, vais ter de arrancar ervas e algumas podem até magoar. Vai ser difícil, mas vais descobrir zonas que nunca ninguém explorou. Ora assim é quando queremos mudar os nossos padrões. Vai ser difícil, cansativo e pode até ser doloroso. Mas o resultado é maravilhoso.
E na verdade podemos ir treinando o nosso cérebro para esta ginástica, para esta flexibilidade e podes perguntar como?
Vou dar-te um exemplo bem simples. Estamos em tempo de feriados e a aproximar-nos das férias, e o desafio é SAI DA ROTINA, sim mesmo da rotina das férias, do que fazes sempre. Faz caminhos diferentes mesmo que vás para o mesmo sítio.
Ensina o teu cérebro que podes fazer coisas diferentes, novas, conhecer outros caminhos, outras praias.
Este é um exemplo bem simples. Tudo o resto será mais fácil.
Vamos ajudar os nossos neurónios?
