Há cerca de 2 anos ouvi alguém dizer-me qualquer coisa como: “Joana tens de parar de andar sempre de Ferrari!” ninguém te acompanha e tornas-te cansativa.
Na altura senti-me mal, achei que de facto era assustador estar comigo, que andava sempre a mil. Culpei-me e tentei evitar estar sempre a correr.
Foi bom ter ouvido essa frase pois obriguei-me a parar mais e usufruir mais, mas a realidade é que o meu ritmo é mesmo assim, rápido.
Será que isso é assim tão mau?
Há uns meses uma cliente dizia, sabes Joana eu sou muito lenta, faço as coisas mais devagar e acho que sou fraca e menos inteligente que os outros por isso.
Revi o meu sentimento de frustração e culpa e a tentativa de ser algo que não era, a minha cliente queria ser mais rápida e eu andar mais devagar.
O que disse à minha cliente foi o que trabalhei desde a altura em que a minha amiga me falou do Ferrari, a aceitação.
O meu ritmo e o meu tempo são só meus. Não são iguais aos de ninguém. Se eu faço as coisas mais rápido está tudo bem, se as faço mais devagar (desde que não esteja a procrastinar, pois isso é outra questão) está tudo bem na mesma.
Se alcanço os meus resultados em poucos meses, excelente, se os alcanço em anos excelente na mesma.
Tudo tem o seu tempo e tudo tem o nosso próprio tempo. Querer apreçar algo que não pode ser apressado, ou querer fazer algo mais rápido, quando eu gosto de o fazer mais calmamente é ir contra a nossa própria natureza e contra o ritmo natural das coisas.
A Natureza é uma enorme mestre, e a verdade é que nos esquecemos tantas vezes disso. As flores, têm o seu tempo de crescimento. Eu não posso querer ver rosas amanhã, numa roseira que plantei hoje. Não faz sentido. Então porque fará sentido apressar na nossa vida? Ou por outro lado, se és mais rápida, mas ainda assim consegues usufruir e apreciar, porque queres mudar o teu ritmo.
Cada um de nós tem a sua essência única e irrepetível e assim é o nosso ritmo, único e irrepetível. Aceitá-lo é essencial e maravilhoso.
Viverás muito mais em paz e leveza.
