Sempre fui uma pessoa muito apressada. Tudo tinha de ser para ontem, tudo tinha de ser para já.
Quando comprava um livro, lia as últimas páginas, para entender o final da história, o que raramente acontecia é certo.
Durante anos fui assim. Estar em ação sempre foi o meu forte, e hoje sei que também a minha fraqueza. Não sabia o que era estar parada, não sabia o que era esperar. Ainda hoje tenho algumas reservas com o assunto esperar, mas vamos adiante.
Nos últimos meses decidi abrandar. Decidi que não iria estar sempre em ação, pois percebi que esta ação constante me levava a um lugar de algum stress e muitas vezes nem conseguia usufruir.
Além de tudo isso, estar sempre a agir colocava-me também em constante esforço e quase nunca em flow. Eu que me queixava tantas vezes e não estar em flow, a realidade é que era eu própria que impedi esse tão desejado flow.
Esta paragem, ou pelo menos este abrandar, permitiu-me estar muito mais presente, usufruir e observar para poder também ajustar e tomar decisões.
Está estudado que as pausas são essenciais, elas permitem-nos pensar (e quantas vezes nem temos tempo para pensar!) e permitem-nos estar também num estado de presença, que é efetivamente o oposto de estar na “roda do rato” ou em modo automático.
Criar pausas deveria ser obrigatório, quer na nossa vida pessoal (muitas vezes estamos em casa e não sabemos parar), quer na vida profissional (trabalhes como empreendedora ou por conta de outrem) pois quando essas pausas acontecem, tudo melhora: o nosso foco, a nossa motivação e a nossa energia.
Como diz Chris Bailey (invetigador em produtividade) “As pausas ajudam-no a trabalhar de forma mais atenta e deliberada, a conceber novas ideias, a entrar em modo de divagação, a refletir sobre o seu trabalho, a compreender o sentido daquilo que faz e, em última análise, a tornar-se mais produtivo”.
Eu tenho sentido que esta pausa que me impus tem permitido ter novas ideias, novos projetos, novas vontades. Tem permitido ainda pensar sobre o que tenho feito e porque o tenho feito, e considero que todos o deveríamos fazer, e até acrescento, de forma obrigatória.
Refletir sobre as pausas que temos feito pode ser o início deste caminho. Aceitas o desafio?