Toda a minha vida, tenho sido uma pessoa de ação, de soluções, de experimentar, de avançar. Todos os que me rodeiam sabem que se é para acontecer é só contarem comigo. E sempre me orgulhei desta minha capacidade de descomplicar, estruturar e agir. Tem-me sido muito útil e tem-me colocado onde quero.
Este ano, iniciei janeiro cheia de objetivos e planos para cumprir. Tinha tudo na “ponta da língua”, o que fazer, qual a estratégia, quando implementar. E assim começou nos primeiros meses, mas a determinada altura comecei a questionar-me o porquê de estar a fazer daquela forma, o porquê de não me sentir em “flow” com tudo o que fazia, o motivo de estar tantas vezes em esforço. Comecei até a duvidar da minha missão.
Então, decidi acalmar a ação. Decidi fazer aquilo que me é mais desconfortável (ou era pelo menos nessa altura) esperar e não agir.
Esperei e não agi e percebi que no meio do turbilhão de tarefas, projetos, avanços, me estava a esquecer do porquê de tudo aquilo e no fundo me estava a desviar de mim. Já nem conseguia sentir se estava certo ou não, pois o “ruído” da ação era muito, os pensamentos sobre soluções e planos sobrepunham-se ao sentir corpóreo e à intuição.
Esperei e não agi. Tenho aprendido saberes fora do meu “normal”, algo que me ajuda a estar comigo e com a minha essência. Tenho estado focada em reconectar-me comigo própria.
Tenho estado focada em me sentir, em ser tão intencional quando sugiro que os outros sejam. Em ser tão consciente quanto preciso para falar de produtividade consciente.
Quando estamos na roda do rato, e seja que roda for, esquecemos de nos sentir, de nos conectar com os nossos valores, desejos, sonhos, limites. Quantas vezes te sentes assim? Meio dormente e em ação porque sim?
Esta paragem, esta não ação ajudou-me a confirmar a minha missão, a trazer valor a quem comigo trabalha. Curioso como a “minha” produtividade me permitiu tomar esta decisão. Adoro que a minha “teoria” da Produtividade Aplicada, seja mais a prática que a teoria.
Parar e não agir é ser efetivamente produtiva! Reconectar-me é mesmo ser produtiva.
