Qual é o teu sonho, mamã?

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«Um dia, depois de ter chegado a casa, estando no meio das suas tarefas de final de dia, organizar jantar, verificar os trabalhos de casa, orientar banhos, a Ana estava absorta nos seus pensamentos sobre todo um mundo de coisas que tinham ficado por fazer quando a sua filha pergunta: Mãe qual era o teu sonho de criança?

Ana estacou surpreendida com a pergunta da sua filha mais nova e rapidamente respondeu: “Que pergunta filha, já nem me lembro bem. Foi há tanto tempo.” Mas não era totalmente verdadeiro, pois apenas demorou poucos minutos para se lembrar dos sonhos que tinha quando era pequena. Gostava de se ter tornado jornalista, percorrido o mundo à procura de notícias fantásticas, conhecer personalidades famosas, viver mil e uma aventuras.

Mas hoje era outra coisa completamente diferente. Advogada, como os seus pais, pois isso era o que era suposto ter se tornado. Mas há muito que tinha perdido a “chama” da profissão. No início até tinha gostado da novidade, mas rapidamente entrara numa roda do rato em que os dias se sucediam, porque assim tinha de ser. Tinha a sua vida profissional com sucesso, a sua família, os seus amigos. Podia dizer que tinha o que era preciso para ser feliz, mas faltava qualquer coisa. Faltava o entusiasmo que o tal sonho provocava. E a sua profissão atual também já o tinha feito, mas a tal roda do rato tratou de o apagar.

“Foi há tanto tempo, que pensamento mais disparatado”. A sua mente rapidamente substituiu a viagem que estava a fazer pelo seu sonho, por uma lista de tarefas e coisas certas que deviam ser a sua ocupação. Esse tempo de sonhos foi substituído por todos os seus papéis, todas as responsabilidades, todas as coisas certas da sua vida. Essas sim era importantes, nada de sonhos.»

Esta é a história de tantas de nós. Quantas de nós já nem nos lembramos quais os nossos sonhos de criança? Aqueles que nos faziam perder em pensamentos e imaginação.

Acredito que mesmo que a tua vida não seja o que tinhas sonhado quando eras apenas uma criança, podes encontrar o que esse te sonho trazia no teu dia a dia. Podemos encontrar sonho, entusiasmo, sentido de missão naquilo que fazemos. Basta para isso estarmos presentes, ressignificarmos o nosso dia a dia.

Algum tempo depois de ter sido operada à cabeça, pensei em desistir da minha profissão de médica dentista. Não queria apenas “tapar cáries” e a verdade é que faço muito mas muito mais do que isso. Precisei distanciar-me desse enfado e rever a minha paixão naquilo que fazia.

E assim sou feliz hoje. Não cumpri o sonho de profissão de menina, mas cumpri o sonho de ser feliz, mudar vidas, ajudar os outros. E a minha criança é feliz com isso, sem a menor sombra de dúvidas.

E a ti? O que te diz a tua criança?

Joana Rei Duque

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O meu nome é Joana Duque e não me defino pelo que faço, mas pelo que sou!

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