Quando é que deixei de ser capaz?

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Quando era mais nova acreditava que era capaz de fazer tudo. Nada me ia deter e impedir de fazer o que quisesse.

Tinha força, motivação e coragem para ultrapassar qualquer desafio e qualquer dificuldade.

Fui crescendo e tornando-me uma mulher dita “normal” casada, com filhos, com emprego e ainda assim fui conseguindo gerir o meu tempo e a minha energia para as diferentes atividades.

E a vida foi passando e o que fazia deixou de ser só porque queria e gostava, mas também porque isso, de alguma forma, me dava valor. Ficava vaidosa e orgulhosa quando me convidavam, quando eu me oferecia e agradeciam, quando sugeriam o meu nome, quando contavam comigo. E com isso fui dizendo sim atrás de sim. Das vezes que tinha dúvidas porque não tinha tempo ou força, vinha logo a vozinha na cabeça que me dizia: o que irão pensar? Tu és capaz! Não sejas assim fraca! E desta forma, quase sem me aperceber, fui aceitando e colocando no meu saco responsabilidades que não eram minhas, atividades que não queria fazer, projetos que me retiravam energia, tudo isto quase sem dar por ela.

E de repente deixei de ser capaz de lidar com tudo. De repente comecei a sentir a pressão de ter de corresponder a expetativas, minhas e dos outros, que não conseguia corresponder. Senti-me mal e incapaz. Mas a verdade é que continuei na mesma roda, dia após dia, semana após semana, mês após mês.

A determinada altura, não foi suficiente pensar que não era capaz, nem justa comigo. O meu corpo parou-me. Obrigou-me a parar mesmo. O que era certo deixou de ser e agradeço muito essa paragem, pois de repente percebi que não tenho de ser capaz de lidar com tudo. Só tenho de escolher o que é meu e é bom para mim. Ajudar os outros é excelente mas não posso fazer por eles o caminho.

Se também tu estás neste momento em que te sentes incapaz, pressionada, assoberbada por tudo o que achas que tens de fazer, mas achas que és insuficiente, acredita que parar, afastar-te um pouco e decidir o que libertas é essencial para manter a leveza e a felicidade.

Pergunta-te o que devia mesmo estar na minha alçada? O que é da minha responsabilidade? O que adoro fazer? O que não adoro mas é meu e tem de ser feito pois leva-me a atingir o objetivo que pretendo? O que faço porque sempre fiz mas talvez não precise ser feito?

Todas estas questões ajudam-te a estar fora da roda e observar de fora a tua vida.

Todas nós merecemos uma vida repleta de atividades que nos fazem felizes e realizadas, mas no meio do corre-corre, acabamos por aceitar atividades que não são para nós. Só observando de fora entendemos que podem não ser mesmo nossas.

Na verdade, depois de me libertar dos pesos que me arrastam consigo entrar no flow e na leveza que tanto procuro e desejo. Vamos libertar-nos do que nos arrasta? Vamos voltar a acreditar que somos capazes?

Joana Rei Duque

Joana Rei Duque

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O meu nome é Joana Duque e não me defino pelo que faço, mas pelo que sou!

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