Não sei bem quando nem em que local do mundo e da história, mas as mulheres têm vindo a carregar um peso de exigência e de busca pela perfeição que nos tem oprimido, restringido, magoado e que não faz qualquer sentido.
A cultura e a história levou-nos a um lugar em que temos sobre nós muitas responsabilidades mas que felizmente, e cada vez mais, começam a ser distribuídas por outros além de nós. Por exemplo os pais hoje em dia são bem mais presentes e são responsáveis por muitos das vivências dos seus filhos. É um facto que ainda não são todos, mas acredito que para lá caminhamos.
De qualquer modo a busca pela perfeição é uma realidade que observamos entre nós mulheres e hoje gostaria de desconstruir um pouco esta ideia.
O que é a perfeição? O que se pretende quando buscamos a perfeição?
Se procurarmos num dicionário encontramos algo como “condição que não apresenta falhas, incorreções ou defeitos.” Ora será isto possível de alcançar?
Talvez, mas não por nós humanos. Somos seres imperfeitos por natureza e é isso que nos torna únicos e especiais.
Procurar a perfeição nos nossos corpos, nas nossas relações, na forma como nos apresentamos, como trabalhamos, como comunicamos é impossível. Além disso como impossível que é leva-nos a um cansaço e um gasto de energia que não faz qualquer sentido.
Quando vivemos esta busca somos injustas connosco, culpamo-nos, julgamo-nos, cobramo-nos por algo que é impossível alcançar.
Pergunto-te agora, com quem te conectas mais? Com quem apenas busca a perfeição ou com alguém que admite as suas falhas, admite a sua condição humana e mesmo assim continua a caminhar para o seu crescimento pessoal? Pensa com quem gostas de estar, conversar, conviver.
Quando estamos nesta procura focamos no que não temos, focamos na escassez quando nos devíamos orientar pelo que temos, pelo que alcançamos pelo que gostamos. E o que focamos aumenta o que nos leva mais uma vez a emoções e sentimentos que não nos servem.
A busca pela perfeição acontece pois vemos na validação do outro o nosso verdadeiro valor, mas a verdade é que o nosso valor não está nos outros, está em nós, na nossa essência e verdade.
Assim hoje quero deixar-te este apelo, não te cobres ou culpes, a perfeição não existe e tu és fantástica assim mesmo.